quinta-feira, 23 de agosto de 2012

As contradições dos pensamentos e os anseios da solidão

 Sempre afirmei que o frio me traz sensibilidade para escrever, mas hoje mudei de pensamento e isso me fez lembrar de Foucault quando disse "...Existem momentos na vida onde a questão de saber se se pode pensar diferentemente do que se pensa, e perceber diferentemente do que se vê, é indispensável para continuar a olhar ou a refletir." Não sei se é verdade mas ouvi dizer que a solidão que inspira os poetas, cria os artistas e anima o génio. Talvez seja exagero, mas fato é, que a solidão é o preço que temos de pagar por termos nascido neste período moderno, neste mundo louco e passageiro, tão cheio de liberdade, de independência e do nosso próprio egoísmo, as vezes egoístas consigo mesmo. Mas a mente e o coração do ser humano é algo enigmático, que nem mesmo seu dono consegue explica-los, nos coloca com pensamentos e sentimentos paradoxos, nos levando aos extremos, mas sempre deixando ensinamentos, basta uma pequena sensibilidade para entender. Certa vez ouvi "...você não se cabe, você é pouco para você mesmo, precisa expor o que pensa e o que sente como se não tivesse mais espaço dentro de si para guardar tudo isso..." (ouvi novamente algo parecido hoje) me assustei quando ouvi e perguntei: isso é um elogio ou uma crítica? a pessoa sorriu e nada falou. Passado certo tempo, percebo como o dia a dia nos priva das reflexões e questionamentos necessários para nossa vida. Por isso hoje penso, minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas na verdade o que ela tem de importante é o condão de me mostrar o original, a beleza ousada e surpreendente, a poesia. Mas a solidão também mostra o avesso, o desproporcionado, o absurdo e o ilícito, eis o paradoxo acima mencionado e mais uma vez começo a conversar com Foucoault sobre loucura e ele me diz "...É preciso cavar para mostrar como as coisas foram historicamente contingentes, por tal ou qual razão inteligíveis, mas não necessárias. É preciso fazer aparecer o inteligível sob o fundo da vacuidade e negar uma necessidade; e pensar o que existe está longe de preencher todos os espaços possíveis. Fazer um verdadeiro desafio inevitável da questão: o que se pode jogar e como inventar um jogo? e percebo que muita das vezes todos nós, que amais o trabalho desenfreado, tem no labor quase uma loucura e um desejo de esquecerdes quem somos.
 Se me perguntares o sentido desse texto. Não sei! talvez em algum ponto alguém se identifica, como em um verdadeiro livro sobre romance ou mesmo filosofia. Aquele ponto que nos identifica.  

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