O
jogo intrínseco à fala mítica revela como o mito resguarda seu poder
naturalizado, permanecendo congelado como em um contexto quase que impenetrável
através do senso comum, entretanto, perfeitamente acessível pelo simbolismo
representativo entendido com certa maturidade reflexiva. Se o mito possui uma
intenção, o propósito de notificar algo, isto ocorre porque ele é pleno de
motivação, ou seja, de um interesse ideológico que dele se serve para passar
uma mensagem sem apresentar claramente sua intenção. Dessa forma.
O mito instrumentaliza o poder justamente por
força de seu poder de fixar um sentido dado como natural. O tabu é a forma como
o interdito adquire presença nos costumes, ou melhor, é o dispositivo que o
coletivo criou para impor suas proibições, dizendo o que pode e o que não pode
ser dito e feito. O mito imanta o tabu de uma fala capacitada a tornar a
interdição algo naturalizado; dissocia na sua forma ambígua, a intencionalidade
de que é pleno.
A eficiência instrumental do jogo mítico
derramada sobre o tabu faz com que este se transborde em eficácia simbólica. Logo o Mito é algo importante e revelador e ao mesmo tempo perturbador
Nenhum comentário:
Postar um comentário